sábado, 3 de agosto de 2013

Pacheco Pereira e a teoria do "bater no fundo"

Pacheco veio uma vez mais, num artigo que versa outra coisa, repetir uma ideia que em breve poderia fazer o seu caminho - caso se confirmasse que a retoma de Portugal vai iniciar-se - a ideia de que só podemos melhorar porque batemos no fundo.

Esta ideia esquece dezenas de exemplos históricos que demonstram à saciedade que o colapso de uma sociedade não tem fundo que a aguente endogenamente e só em boa verdade a ocupação externa pode travar seja que fundo for.

Mesmo aqui ao lado, no espaço a Grécia e no tempo a Argentina, demonstram bem que há muito mais pobreza potencial além da pobreza que já sofremos, caso se desestruture mais a economia do país.

A ideia de bater no fundo pretende desvalorizar os aspetos positivos da política governamental e acentuar os negativos. O país só não piora porque é fisicamente impossível que piore, não porque a crise tenha tido duas fases uma em queda e uma em crescimento.

Esta teoria foi contradita há escassos dias quando a crise no governo provocou um aumento relevante das taxas de juros da dívida no mercado secundário - afinal podia-se ir abaixo do fundo, bastava a ameaça de que Seguro, o anão que mente, tomasse o poder com um partido minoritário.

Todas as foças que defendem a economia de mercado e não estão em campanha eleitoral sabem disso.

Como eu expliquei antes do discurso de Cavaco a 10 de Julho, o PR e, num certo sentido Passos Coelho, nesta crise entregou, assustados, a UGT e as Confederações patronais no regaço do governo, exatamente porque todas viram o que já sabiam: não há fundo e as coisas podem piorar e podem piorar muito.

Antevejo que a teoria do bater no fundo fará algum percurso entre diversos opinadores e protagonistas. Contudo, tal como aconteceu com a teoria de que Albuquerque mentiu, a escassa inteligência desta explicação é como a espuma da cerveja: enche o copo mas dura pouco.

Mas as más noticias para os Velhos do Restelo não são as que levam Pacheco a falar em bater no fundo ou no sindicato do Governo. Essas são oscilações que serão contraditas por noticias negativas para o Governo e positivas para os detratores do Governo.

As más noticias virão mais tarde como mencionei a 31 de Julho e os Velhos do Restelo e as suas lamentações de vem aí uma crise para 20 anos, serão devastadas.

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