quarta-feira, 24 de julho de 2013

Rui Machete e a Fundação Luso-Americana

Os embaixadores americanos enervaram-se com Rui Machete porque este gostava da sumptuosidade e gastava boa parte do dinheiro em despesas de funcionamento interno, sobrando pouco para as atividades de desenvolvimento que eram, afinal, o objectivo da fundação.

É de estranhar a estranheza dos estranhados.

Se os americanos tivessem um contacto mais intimo com a cultura portuguesa perceberiam que grande parte das fundações e outras grandes obras que vivem do estado, são assim. Ficou famosa a ideia da administração da Casa da Música no Porto de pagar a preço de ouro uma alteração ao projeto inicial para incluir entre outras sinecuras um elevador exclusivo para os Srs. Administradores. Tudo com dinheiro dos contribuintes, ou seja, do povo que pagava e era excluído do dito elevador.

Assim, Machete elevou-se à aparência de Grande Senhor por mera necessidade. Se não o fizesse seria Ninguém aos olhos dos Grandes Senhores.

Mário Soares tem mil e uma estórias dessas que poucos se atrevem a contar por ser politicamente incorreto. Politicamente mais que incorreto, politicamente ostracisante (para o contador, é óbvio).

O Ministro da Saúde é outro exemplo de arrogância desproporcional à competência, dizendo-se que disse a quem o quis ouvir, caso não me tenha traído a memória, que tinha aceite ser ministro por caridade. Teria a vida organizada e podia assim dar-se a esse luxo. Parte dessa organização ocorreu quando ganhou alguma coisa como 23.000 euros por mês, para ser o cobrador-mor dos impostos cá do sitio. Diz que o banco que lhe pagava uma ainda mais linda soma, à data da sua ida para o ministério, está, a julgar pelo seu valor bolsista e pelo rating que lhe é atribuído, a valer pouco mais que lixo dourado.

Gatos gordos numa expressão de Obama.

Devemos, é certo, propôr-nos exigir mais ocidentalismo e menos arrogância a Rui Machete no passado.

Se o fizermos teremos de o fazer a toda a gente que machetou com igual vigor, igualmente no passado.

Por mim agradava-me em dose suficiente que o fizessemos em relação ao futuro.

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