domingo, 14 de julho de 2013

Pacheco Pereira e "A primeira manifestação do sindicato do Governo" II

No texto a que aludimos Pacheco Pereira interpreta o aplauso de pé a Passos Coelho na missa dos Jerónimos como fazendo parte da luta das classes altas contra as classes baixas.

Esta interpretação da dinâmica social não tem fundamento e integra-se na radicalização do próprio Pacheco. 

Mas não é esse um dos problemas principais desse texto. Os problemas são outros. 

Um deles é o ataque à Igreja Católica tentando associá-la à figura do cardeal Cerejeira. Conotar a Igreja com o "fascismo" porque os crentes aplaudem o líder do PSD é de uma maledicência incompetente.

Outro é o pretender ligar à manifestação dos crentes presentes nos Jerónimos a presença de forças de segurança. Fica por saber se Pacheco acha que os católicos só se manifestaram porque estavam protegidos pela polícia ou se acha que nenhuma manifestação é apropriada se for feita na proximidade da polícia. Ambas as teses são delirantes.

Outro ainda é a ideia de que o aplauso de pé foi a face visível de um "sindicato" do governo. Essa organização sindical de que ninguém havia ouvido falar, distinta do PSD e do CDS é uma organização do estado, segundo Pacheco. Trata-se mais uma vez de uma tese delirante.

Pacheco não suporta a ideia de que haja uma parte da população que aplauda de pé o Governo. Percebe-se essa intolerância há algum tempo e também ela parece pessoal. Uma das vítimas dessa intolerância é o Lobo Xavier que se esgota na tentativa falhada de equilíbrio entre o apaziguamento com Pacheco e a defesa dalgumas das teses do Governo.

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